Chinfrim Doc. 9

 

Antologia poética 14 Temporada Palavras subliminares

                                        Chinfrim

Na linha que sigo, dedico-me aos telespectadores, relativamente paralelos, posso olhar para uma marca de carro
e dizer seu nome, posso vestir uma blusa
com uma sigla qualquer
e me perguntar:
sou um brasileiro propenso?

Minha mensagem, de primeira viagem, se perde na curiosidade
da desvantagem emocional.
Posso brigar com quem merece, sem olhar sua atitude, e esperar que me veja
como um concidadão.

No mar de informações, sou conchado, seria essa joia
feita de concharia?

Estou no lado certo do mapa
quando giram o globo terrestre? Tanto amor tive fora do envolvimento, serei movimento por um carro, ou por algo além
de nosso itinerário estrangeiro?

Tanta música boa
fora do meu improviso, Brasil, de Brasília, distrito de prisão federal, estou preparado para continuar, servindo meu país
antes que a bota
me expulse da linha de contato.

Conciliábulo, conciliante, deixo de ser eu para servir, e nem vi as histórias
dos históricos brasileiros.

Comutável, conclamar, um tequinho do que não podemos ouvir, um pedaço do que é proibido, quase minha aula relativa
sobre evitar o antipatriotíssimo.

Chicoteado pela crença, se eu tiver inúmeros pecados, chicoteado pela sociedade
que faz seus juízes.

Num restaurante chique chinês, um distúrbio, chicória no prato, um cliente impaciente.

Chimarrão e sushi, chef de casa, gastronomia estranha.

E teremos que aceitar:
nem sempre podemos compreender
por que não podemos ter.

Inclusão, exclusão, e a chegada de volta.

Compulsório

O calor, um esforço físico, ser escritor, ser sertão escondido.

Deixe que o pó cubra o carro, despolindo seu brilho, menino despontado, ainda nem aprendeu a estar, a esticar o silêncio, a parar de escrever.

Esqueço de despenhar, cabelos despenteados, galhos de árvore
a despentear pensamentos.

Remunerável ou não, exercito os músculos, despercebo o que nada além
da minha criatividade pode perceber.

Ela caminha em frente de casa, e no desperdiçar dos sentimentos, o despertador me arranca de um sonho.

Se eu for comunicável, dedicado ao que desperta, se sou criança linda, ou desperto da falta de amizade, querendo me desprender, deixe que a vida me leve, despido, despojado, ou preso em mim mesmo.

Despique de nem querer vê-la, professores em casa, pandemia, despistando colegas
que nunca se encaixariam.

Escrevo, solto minhas raivas, despojo-me levemente
nas criações, sou desportivo, sou sobrevivente, requer esperança, requer verdade.

Ver quem sofre
o mesmo sofrimento
e escolher o desprazer
de olhar para quem
poderia ter o futuro nas mãos.

Desprestigiar-se, exilar-se no texto, ver a musa me tirar
da frente do computador, perder um dia de dedicatórias, esquecer-me em palavras, desprestigiar alguém, sem sequer poder me comunicar.

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