Chulo Doc. 10

Antologia poética 14 Temporada palavras subliminares

                                           Chulo

E tinha que ter ido, normalmente, embora, como somos tratados.

Desisti de ir, aprendi olhando
a despigmentação do tempo.

Ficar parado é para muitos, é despicativo.
Dormir, respirar, um susto, e já terá ido.

Ou sido convocado.

Desonrar-me, de um "te amo"
que demora, dentre tantos
que amaria receber.

Ou dormem, belas adormecidas, por quantos anos?

Desonroso.

Busco sempre caminhos
em meios introdutivos, alimentando-me
do que produzimos.

Desoras, e ainda me vejo lendo, meu amor
alto costume.

Folhas, animais, gente, povo, o desparafusar do tempo, o adiantar de um documento.

Desfaz-se a água no chão, o pano absorve.

Despegar-me
de uma música nova, seguir para a próxima.

O movimento, desordenado, o despejo, o emprego
que leva anos
para concluir.

Despeitoso, quem será o culpado?

Menor a letra, maior o assombro, dissolvendo-se
em discursos.

Na dissonância
aprendo a parar-me.

Computável, procurando, sempre procurando, jamais deixando
faltar ar nos pulmões.

Preparável, cidade de longe, eu, escondido
dentro ou por dentro
da fauna brasileira.

Será do alto que me atingirão?

Antes disso, deixe-me comungar, sentir e receber.

Um presente incrível, que pode ir embora, levando-me, ou sem mim.

Comum-de-dois, e mais que escrevo, não pararei.

 Chulear

A tarde sempre me vem sonolenta, mas pretendo vir, ganhando oportunidades, compromissos, progresso.

Choramingador, já aprenda:
a volta da vida é diferenciada.
Conclusão de um limite especial, criatividade sendo testada, em muitas outras ocasiões.

Por todo choro comprometedor, abrimos espaços
— um cochilo, outro respiro —
vemos que somos escolhidos, novamente, em atos repetidos, em necessidades que despertam.

Acorde, amigo, de sua choca forma de entretenimento.
Quero evitar, quero mostrar-me inteiro, quero crer no querer, reproduzir meu dia, esticá-lo até o próximo.

Na metade de qualquer vida, serei um bom reorganizador, e comemorarei
o efeito antigo
de minha disposição e sonolência.

Conheço a transparência das palavras, sei que visitantes vêm
para me fazer dormir.

E sei:
minha derrota virá lenta, anos talvez, diluída nos compromissos
que desaparecem na necessidade.

Choramingador, espera.
O descanso vem de muito, para acordar em minutos, ou menos que minutos.

Aproxime-se, detenha sua agilidade, como for sua habilidade.

E chuleio, ainda pretendo ver-me junto
ao que canto, aproveitar uma boa tarde, e no chulo, conhecer.

Preferencialmente, ganhar, transações, apresentar-me, e nunca me ver cansado.

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