Chulo
E tinha que ter ido,
normalmente, embora, como somos tratados.
Desisti de ir, aprendi olhando
a despigmentação do tempo.
Ficar parado é para muitos, é
despicativo.
Dormir, respirar, um susto, e já terá ido.
Ou sido convocado.
Desonrar-me, de um "te
amo"
que demora, dentre tantos
que amaria receber.
Ou dormem, belas adormecidas,
por quantos anos?
Desonroso.
Busco sempre caminhos
em meios introdutivos, alimentando-me
do que produzimos.
Desoras, e ainda me vejo lendo,
meu amor
alto costume.
Folhas, animais, gente, povo,
o desparafusar do tempo, o adiantar de um documento.
Desfaz-se a água no chão, o
pano absorve.
Despegar-me
de uma música nova, seguir para a próxima.
O movimento, desordenado, o despejo,
o emprego
que leva anos
para concluir.
Despeitoso, quem será o
culpado?
Menor a letra, maior o assombro,
dissolvendo-se
em discursos.
Na dissonância
aprendo a parar-me.
Computável, procurando, sempre
procurando, jamais deixando
faltar ar nos pulmões.
Preparável, cidade de longe,
eu, escondido
dentro ou por dentro
da fauna brasileira.
Será do alto que me atingirão?
Antes disso, deixe-me comungar,
sentir e receber.
Um presente incrível, que pode
ir embora, levando-me, ou sem mim.
Comum-de-dois, e mais que escrevo,
não pararei.
Chulear
A tarde sempre me vem sonolenta,
mas pretendo vir, ganhando oportunidades, compromissos, progresso.
Choramingador, já aprenda:
a volta da vida é diferenciada.
Conclusão de um limite especial, criatividade sendo testada, em muitas outras
ocasiões.
Por todo choro comprometedor,
abrimos espaços
— um cochilo, outro respiro —
vemos que somos escolhidos, novamente, em atos repetidos, em necessidades que
despertam.
Acorde, amigo, de sua choca
forma de entretenimento.
Quero evitar, quero mostrar-me inteiro, quero crer no querer, reproduzir meu dia,
esticá-lo até o próximo.
Na metade de qualquer vida,
serei um bom reorganizador, e comemorarei
o efeito antigo
de minha disposição e sonolência.
Conheço a transparência das palavras,
sei que visitantes vêm
para me fazer dormir.
E sei:
minha derrota virá lenta, anos talvez, diluída nos compromissos
que desaparecem na necessidade.
Choramingador, espera.
O descanso vem de muito, para acordar em minutos, ou menos que minutos.
Aproxime-se, detenha sua agilidade,
como for sua habilidade.
E chuleio, ainda pretendo
ver-me junto
ao que canto, aproveitar uma boa tarde, e no chulo, conhecer.
Preferencialmente, ganhar, transações, apresentar-me, e nunca me ver cansado.
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