Comunidade Doc. 8

Antologia poética 14 Temporada Palavras subliminares

                                     Comunidade

Parece que meu dia
sempre leva o próximo,
e eu, menino comportado
de uma vila qualquer,
sou obrigado a me arriscar.

Vejamos:
um chocolate com leite
numa ótima manhã
ou um presente de sabor,
entregue ao desconhecido,
jeito de paixão,
amor entre cobertas,
reclamações e ausência,
aceitação o pouco,
mas tendo paz de espírito.

E quando abalado,
tudo passa,
e tantos esquecem
seus amores incompreendidos.

Um chip,
uma ligação,
chorar a perda,
sentir a saudade,
conviver na ausência
pode parecer errado,
mas suspeito que,
ao aplicarmos nosso intelecto,
somos feitos para emocionar.

Perder aquela,
querer chorar,
deitados ainda estaremos,
em uma choupana,
gastando dias
em incômodos cômodos,
fazendo deles meu quarto.

E na loucura amorosa,
tudo se revoluciona,
o interesse desperta,
o tempo nos leva,
anos à frente,
e fabulosamente,
a vida veste roupa chique.

O silêncio chia,
tudo pode me reconectar,
e se for chispante,
me faz recuar.

Talvez seja proibido voltar,
mexer no sentimento,
sentir o toque das mãos
a passear,
tomar um chope
na praça de alimentação,
e proporcionar momentos.

Eita, ansiedade...
De longe ela vem
me retirar palavras,
brigando com a letra,
testando-se no vocal
ou em ofensas,
fingindo meu amor.

Sintonia de frases,
alongadas nos cachos
do seu cabelo
em minha cama,
compromisso verdadeiro,
compromissório.

Nunca desistimos,
comprometidos a manifestar,
comunicar eternamente
por mensagens
que sobraram.

 Concisão

O sonho vem envolto
em perdas e ganhos,
na computação dos dias,
registrando perigos
em nos dedicados
ao que nos provoca alegria.

Deixamos desfilar na sala
nossas palavras,
nos vemos presos ao ato
de escrever,
computar sentimentos,
entreter o mundo,
entretenimento da mídia
sobre palavras de ofensa
e as boas,
essas foram recolhidas.

Se nem me amas,
venha me evitar,
mas tentei mostrar
que amorosamente,
ser homem
é sentir a falta
de cada dia que ficou.

Comprometedor, dedicado,
revisitando sentimentos ocultos,
no cômputo das perdas,
comprometedor,
no início da saga
de colapso de patamares.

E eu sigo,
parecendo um longo processo
de compulsório espera,
vendo no relacionamento
uma prisão ou um perdão.

Comprovar minhas sinceridades,
minha consciência,
evitar ser desperdício.

No silêncio dos dias,
escutamos nada,
mas tentamos renovar,
concertar,
computar o que se move,
nós jogamos de um lado a outro,
nós fazemos rever planos de carreira
e concavidades da vida.

Há horas em que queremos
deixar de existir,
mas reunimos cenas,
memórias que nos aproximamos
do que escolhemos.

Depois de anos,
uma curiosidade concede
essa adrenalina,
a certeza de que escrever
e provocar sentido
é meu caminho.

Seja como for,
meu português escondido
na concentração,
pretendo se sentir livre,
misturando mensagens
neste mundo.

Muitas, com grandes experiências,
fora do país,
e eu,
fazendo do meu jeito brasileiro,
ouvindo,
preocupante,
curioso,
esperando o conteúdo certo
para o meu nível brasileiro.

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